Quizilas e afins

Hoje, seria um excelente momento para surtar de vez. Não que eu seja uma pessoa normal, longe de mim tal status, mas estou começando a ficar com medo da minha situação. Só não fico mais surtado por que conheço gente em pior estado. Tomemos como exemplo uma professora lá da faculdade, conhecida minha das antrolas. Devido ao seu status solitário (encalhada mesmo!), é alvo de toneladas de piadas e brincadeiras. Até os alunos já se mobilizaram para ajudar a bichinha. Eis que ela resolve passar São João em Campina Grande, tentar a sorte por lá. Na primeira noite junina, pagou R$25,00 para entrar em um forró, foi chamada para dançar por um rapaz boa-pinta, dançou, ficou no zero a zero, o rapaz foi embora e somente minutos após, a dita cuja notou que teve o celular roubado. Porra, convenhamos, a pessoa sair daqui pra Campina Grande, gastar R$25,00, dançar com o ladrão e ainda ser roubada? É muito pior que a minha situação. Eu imagino que o meliante tenha perguntado o telefone dela, e ela negou. Bem feito, não era o número que ele queria, mas sim o aparelho. Já pensou o diálogo:
- Qual teu telefone, princesa?
- Ahh, 81-8812...
- Não, não. Refiro-me à marca do telefone mesmo.
Um outro caso de quizila desenfreada é de outra professora da mesma instituição. Em menos de um mês o carro dela quebrou, ela foi assaltada, inundou o apartamento (perdendo livros, documentos, certificados e aparelhos domésticos), pegou carona comigo e o meu pneu novinho do carro explodiu, pegou um táxi para a rodoviária e o taxista foi multado, adoeceu várias vezes, trancou o material de aula e deixou a chave dentro do armário, pediu comida no restaurante e veio estragada, entre outros pormenores. Diante desses dois casos, eu volto a ser normal. Rapidinho!

Forró dos cão

Morar meia semana em Caruaru até que não é ruim. A cidade é organizada, clima bom e bang-bang semelhante ao Recife. Porém, essa época de São João transforma a cidade. Primeiro que o conceito da festa de São João estã completamente errado e segundo, se é uma festa sacra, qual a explicação para se tocar "forrós" com as temáticas: bunda, xereca, cachaça, puta, cabaré, corno e etc? Onde foi parar o triângulo, a zabumba e a sanfona? E a fogueira? E os "peidos de véia"? Fiquei na tentativa de conseguir uma mesa no pátio de forró de Caruaru, porém desisti ao saber que me custaria R$100,00 para reservar uma mesa de metal, no estilo mais safado possível. É impossível achar uma barraca que venda comida de milho, só caldinhos e cachaças. Aliás, só se vende Rum Merino lá em Caruaru. Ainda bem que não bebo. Rum. Luiz Gonzaga e Marinês devem estar olhando pra baixo e adorando a programação do maior São João do mundo: Collo de Menina, Aviões do Forró, Gatinha Manhosa, Calcinha Preta, Felipão e Forró Moral, Mastruz com Leite, Brasas do Forró, Gatões do Forró, Cavaleiros do Forró, Calango Aceso e por ai vai. Por onde anda Genival Lacerda, Dominguinhos e Três do Forró? Coitadas das gerações mais novas, que não irão acordar no dia 24 de Junho com os olhos ardendo, tossindo feito cachorro por causa da fumaça da fogueira e com os dedos da mão queimados dos fogos mal-assombrados que compraram mais baratos. Bons tempos não voltam mais.

Rapidinhas e sem nexo (leia-se corretamente):

1. Se a parada evangélica aglomerou aproximadamente 4 milhões de crentes em São Paulo, a parada do orgulho gay aproximadamente 3,5 milhões de bibas e a população total de São Paulo gira em torno dos 14 milhões, seria exagero afirmar que a cada dois paulistanos, um é crente ou boiola?

2. Combine muito frio, forró pé-de-serra (aceitável), álcool, canjica e amigos. Misture bem e aproveite. Ruim mesmo é a ressaca.

3. Como é possível ser mutado em R$65,oo por uma merda de uma luzinha que estava apagada na placa do meu carro? Quem fica checando essas coisas?

4. Algumas semanas atrás fui à peça entitulada Os Melhores do Mundo. Daquela turma que ficou conhecida por Joseph Climber. Teatro lotado até a boca e opiniões diversas. A peça é boa, mas é monótona e com piadas clichês. É claro que ao notar a aceitação do público, a peça já está de volta ao Recife, menos de um mês após a primeira apresentação. Viva o capitalismo.

5. As coisas em Recife estão bastante calmas agora. O Sport só faz levar fumo e os torcedores esqueceram o poder da buzina. A civilização está de volta.

Caros amigos e leitores,

Venho por meio deste post expressar minhas sinceras desculpas, dado o abandono que se encontra este blog. Não foi por falta de idéias e situações inusitadas que deixei de postar, mas pelo simples fato de ter entrado em um mundo de gente grande, estressada e exigente. Após passar muito desespero por falta de um computador portátil, vulgo laptop, tomei vergonha na cara e adquiri um. Sendo assim, a minha vida acadêmia, profissional e da esculhambação está garantida, mesmo quando na terra do forró estiver. Ao longo da semana este blog deverá passar por mudanças, principalmente no que se diz respeito ao sub-título dele, já que as coisas mudaram um pouco.

Agradeço a compreensão de quase todos e assim que eu descubrir como usar esse computador, volto com a detalhar as futilidades da vida.