Tuesday, January 30, 2007

Flores, bala, laquê e sacanagem!
Eis que 2007 chegou e com ele já se foi o mês de Janeiro. Mais rápido do que eu precisava, mas tudo bem. De uma certa forma foi ótimo ter passado tão depressa, pois Janeiro incubado em um laboratório sem janelas é dose. Agora toda a cidade está se preparando para mais um carnaval: são prévias, propagandas a cada minuto em todos os meios de comunicação, foliões animados e muitos planos. Há um detalhe no carnaval que eu nunca consegui entender: por que as mulheres insistem em usar aquele adorno horrendo de flores na cabeça? Usar uma florzinha, tudo bem. Aparentemente, quanto mais velha, mais flores usam na cabeça. É a evolução do uso de algumas flores, passando por uma guirlanda, até uma quase coroa de flores. Pior são aquelas que fecham os olhos e dançam de braços abertos, numa mistura de boneco de Olinda com “É ritmo, ritmo de festaaa!” entoada por Silvio Santos (“... rodando e dançando...”). Por falar em mulher, li uma notícia que me deixou intrigado: “... e a violência contra a mulher fez mais duas vítimas no último final de semana”. Ao ler o resto da matéria, constatei que na verdade nove homens e duas mulheres morreram nas 72hs anteriores. Por que isso é considerado violência contra a mulher? Uma era traficante e a outra mexeu com quem não devia. Eu fico imaginando se fôssemos considerar a violência contra homens, menores de idade, negros e desempregados.Outro dia recebemos lá em casa uma amostra grátis da revista Cláudia, da editora Abril. De vez em quando, recebemos umas amostras grátis, além da semanal Veja. Uma outra vez foi a revista Nova. Revistas completamente voltadas para o universo feminino. Sempre que vou cortar o cabelo (duas, três vezes ao ano) vejo as senhoras ávidas e com olhos brilhantes paginando essas duas revistas. Nunca tinha entendido a razão desse fato, até ler cada uma delas. Essas revistas possuem uma seção destinada à sacanagem! E das boas! A Cláudia tinha na página logo após a receita do salmão, umas cinco páginas de como ter orgasmos aos 20, 30 e 40 anos de idade. Bando de véia danada!! A revista Nova é mais escrota ainda. Fico imaginando: o que será que se passa pela mente daquelas senhoras, cheias de laquê e pornografia??

Friday, January 19, 2007

Rapidinhas e sem nexo (leia-se corretamente):

1. Eu gosto de Roberto Carlos. Na boa, sem uma ponta de receio eu posso afirmar isso. Eu não gosto desse Roberto Carlos, mas de toda uma Jovem Guarda. Incentivei o meu pai a participar do Cruzeiro de quatro dias, com quatro noites de show de Roberto Carlos. Depois de olhar o preço absurdo cobrado pelo Cruzeiro de Santos a Rio de Janeiro, ficou mais barato ele ir à Nova Iorque na alta estação.
2. Conversas etílicas sempre são memoráveis. Estava a falar com dois alunos aqui do laboratório sobre minhas experiências etílicas, explicando uma das últimas em que eu não conseguia terminar a frase: "...mas a minha avó...”. Lígia, menina correta, disse que parou de beber aos 14 anos (hoje, 21). Foi tomar uma em uma birosca lá em Pesqueira, quando a polícia bateu e todos saíram correndo pelo meio do mato. Já Júnior, rapaz descente, criado em Serra Branca, comentou que parou de beber aos 13 anos (hoje, 24), quando ao tomar dois copos de cerveja, se apoiou em um poste (com apenas uma mão) e viu uma procissão passar. Depois dos dois relatos, ambos os alunos me olharam com uma cara de reprovação. Senti-me um alcoólatra, largado e sem-futuro.
3. Eis que começou mais um Big Brother Brasil, repleto de estereótipos. Não seria legal que nos dias de eliminação houvesse um telefone para eliminar todos os participantes?
4. A tecnologia é mesmo algo maravilhoso. Notei que os avanços obtidos no campo dos papéis higiênicos são estrondosos. São papeis folha simples ou dulpas, lisos ou com relevo, áspero ou extra-macio, sem cheiro e com cheiro. Alguém pode me informar qual a finalidade de se comprar papel higiênico com cheirinho de pêssego?
5. Vem aí o maior festival bate-carteira de Recife. Fat Boy Slim no Recife Antigo, em plena quinta-feira e de graça!

Friday, January 12, 2007

Pegue na minha e balance!
Nunca tive tanta vergonha das músicas que rolam nas rádios locais recifenses. É só a bateria do iPod descarregar, para que um final de tarde no trânsito recifense se torne um verdadeiro inferno. Ôquei, eu poderia ter escolhido uma estação mais apropriada, mas não escolhi. Decidi encarar de frente e sentir o que chega aos ouvidos do povão. Não sei ao certo como definir de uma maneira geral a parada de sucessos da Rádio Recife, já que a ordem das músicas é sempre escolhida pelos telefonemas dos ouvintes. Para se ter uma noção, há um pagode, sucesso absoluto, em que o refrão é: “... não me chame não, viu...” repetido por 27 vezes. Há também um outro, não preciso nem mencionar que toca exacerbadamente por todo o dia, em que o refrão é urrado assim: “... pegue na minha e balance!!..” também repetido várias vezes. Será que tem como piorar? Olhe que essa deturpação dos ouvidos do povo já vem de muito tempo atrás. Lembram da enxurrada de melodias imperando o arreganhamento de bundas? Nunca se produziu tantas putas no país. Depois disso, foi só ladeira abaixo. O movimento brega é impressionante. Desde as roupas usadas pela banda, passando pelas letras das músicas, até a coreografia usada. É um tal de chupar daqui e dar dali descarado. Torno a perguntar: tem como piorar? Sempre que ouço balburdias assim, imagino o célebre Mário Lago recitando o poema intitulado “Pegue na minha e balance” pausadamente. Novamente: existe a possibilidade desta desgraceira desenfreada ficar pior do que está?
Apesar de toda a experiência grotesca vivida ao longo dos 40 minutos ouvindo o paradão de sucessos, caí na gargalhada ao notar que este blog foi homenageado ao longo da programação da Rádio Recife! Sério, para você ver o quanto estamos ficando famosos. Ainda não acredita? Então dá uma olhada
aqui (botão direito do mouse + salvar como)!

Monday, January 08, 2007

A matemática do recesso

Seis dias de férias igual a: mais um quilo e meio (praticamente todo na barriga), mais uma barba totalmente relaxada, menos fígado, menos uma grade e meia de cerveja, menos duas garrafas de uísque, menos alguns quilos de picanha e maminha, mais dominós (perdendo quase todas), mais um bronze, menos paciência com o trânsito nas estradas e dentro de Porto, mais trabalho ao chegar ao laboratório, mais uma tonelada de sujeira no carro, mais amigo dos amigos, menos amigo dos guardas de trânsito, mais padrinho de Arthur, mais relaxado, mais irado por não conseguir tirar mais uns dias, mais paciência para recomeçar, mais esperançoso com relação ao trabalho, mais liso que na semana passada. Somando tudo e dividindo por dois, acho que foi melhor do que nada. Sejam bem vindos de volta.