Friday, March 28, 2008

Rapidinhas e sem nexo (leia-se corretamente):
E não é que meu martírio vai ter um novo capítulo esse ano? Como não agüento politicagem, vou ter que aturar não só esse ano, mas também o próximo, a ladainha que são as campanhas políticas. Verborragia desenfreada, sujeira nas ruas e um bom bocado de chupa-ovo de políticos fazendo campanha. Se eu, Benedito, fosse candidato a alguma coisa, teria com certeza em minhas metas políticas:
1. Proibição da comercialização de carros com buzina. Principalmente a torcedores do Sport. Até que se tenha educação o suficiente para usá-la de maneira racional;
2. Trocaria o nome da pena imposta pela Justiça aos ricos de “serviços prestados à comunidade” por “ser imprestável à sociedade”. Desta maneira, a comunidade poderia castigá-lo da maneira que achasse apropriado;
3. Impediria o aporte de novas bandas de brega para cá. Já basta o Recife ser o penico do Pará.
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A que ponto chegamos? Quase oitenta milhões de votos para contemplar um pseudo-roqueiro-emo-vazio com um milhão de reis, dois carros, uma moto e um computador. Pior foi a histeria causada após o anúncio do resultado. Dava para ouvir os gritos e palmas nos apartamentos ao lado do meu.
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Se as mulheres dirigem tão bem quanto dizem, como é que são capazes de bater no meu carro, parado, no estacionamento do prédio? Pior é achar que não aconteceu nada, quando o pára-choque do meu carro ficou arranhado e torto, e a porta do carro dela passou de dourada para verde. Sinceramente.

Thursday, March 06, 2008

Muito além do fio de cabelo branco
Eu estou ficando velho. E galopantemente. Acho que acabei de inventar um advérbio, mas tudo bem. Achei que esse dia iria tardar a chegar, porém chegou. Sou da época do batom boka-loka, que as meninas colocavam e saiam tascando beijo em tudo que tinha por perto. O comercial do batom era embalado por Luiz Caldas, com o velho melo: “... pega ela aí, pega ela aí, pra quê? Pra passar batom...”. Lembro das horas brincado com um pirocóptero, uma hélice de plástica presa a um palito de pirulito. Passava tardes assistindo a um desenho que tinha um alce que andava de patins e tinha uma musiquinha irritante, mais ou menos assim: “get along, get along...”. Era tosquérrimo. Intrigava-me as meias da negrona dona de Tom, o gato. Não entendia como a porquinha Piggy, dos Muppet Babies, era maluca por Caco, um sapo franzino e voz high-pitched. Jogava paredão, saía correndo atrás de pipas, tomava sacolé de dez centavos, jogava com minha bola dente de leite e meu ki-chute, jogava atari e morria de medo do canibal do jogo Jungle-Hunt. Lia inúmeras vezes Marcelo Marmelo Martelo, de Ruth Rocha. Sonhava em ser jornalista. Ficava feliz quando a sexta-feira chegava, pois era o dia que eu comia confeti (versão brasileira de M&Ms) e tomava ki-suco de guaraná. O ápice de minhas férias era em Dezembro, quando Seu Amaro vinha buscar minha bicicleta para levar para a praia. Íamos eu e outros primos na caçamba de uma Toyota Bandeirantes. Jogava Scotland Yard e roubava em todas as partidas. Jogava dominó e roubava sempre que podia. Jogava araruta-araruta nas piores situações. Passava os dias de desfile de escolas de samba do Rio enchendo o bucho de agulhas fritas. Gostava de barbarizar no arroto de coca-cola. Se bem que de vez em quando ainda rola isso. Comprava os fogos de São João, abria todas as bombas e fazia um super-mega-power potente. Bom, isso eu ainda faço. Gostava de ir ao jogo dia domingo, pois meu time ainda costumava ganhar. Adorava o cachorro-quente da porta do estádio, pois parecia que tinha um sapo na carne moída, sempre borbulhando. Comia pitomba, porém odiava, só para jogar o caroço na cabeça de alguém. Fui e continuo sendo fã de todas as canções de crianças feitas por Vinícius e Toquinho, além dos discos em que os artistas se reuniam para cantar músicas infantis. Tenho todos. Invejava o iô-iô da fanta do meu irmão, pois o meu era todo quebrado. Comia chiclete Ploc e Ping-Pong, só para pegar a figurinha. Morri por uma basqueteira M2000.
Hoje não conheço nenhum herói japonês dos desenhos animados, a lambada já está fora de moda e para completar, comprei um dip´n´lick e quase vomitei. É a velhice mesmo.