Friday, February 23, 2007

Beneditos, Jáscombelos e Guémerraus
Hoje eu levei um susto daqueles que só quem vive em Recife sabe como é. Estava no posto de gasolina perto de onde eu morava (local um tanto barra pesada), quando resolvi calibrar os pneus do meu carro. Ao me abaixar para começar a tarefa, notei que um rapaz havia chegado numa bicicleta, por detrás do carro. Gelei. Não consegui pensar em outra coisa, a não ser: fudeu. Eis que ao me ver, o cara abre aquele sorrisão e fala: “Meu véééio!! Quanto tempo!! Tár lembradu nimim??” – tradução: Olá caro amigo!! Estás lembrado de minha pessoa? *continuando* Eu, ainda assustado, esboço um sorriso amarelado, logo interrompido pelo cara: “Sou eu, doido, Guémerrau!”. Ao soar daquele nome um tanto incomum, lembrei que durante a minha infância cresci ao lado de vários aborígenes, sendo um deles Guémerrau (o u não tem som). Aliás, o único dos locais da minha época que não está preso, morto ou na bandidagem. Que djábos de nome é Guémerrau? Existe explicação para tal nomenclatura? Apelidos são sempre engraçados e cruéis ao mesmo tempo. Crianças, especialmente meninos, são muito cruéis. Tenho um tio, já idoso, que é o exemplo clássico de como apelidos podem marcar a pessoa. Até hoje, não pode ser chamado de Tareco, Tantô ou Serrote. Fica nervosíssimo. Um primo meu, que sempre foi maior do que eu, não podia ser chamado de Alimbinha, pois virava Monga, a mulher-macaco. Lá no colégio tinha um carinha na minha sala que ficava fora de si quando era chamado de Cebola Queimada, mas aceitou o segundo apelido que ficou Novinho. Havia um bêbado lá na praia que era chamado de Socó. Agia numa boa se chamado de Socó, mas era capaz de matar se o chamasse de Jarra. Putz, era a alegria da criançada ficar de longe e grita bem alto Jarraaaa! Meu vizinho da frente é Seu Jáscombelo. Se bem que ele nem sonha que eu o chamo assim. Eu já tive e tenho vários. A grande maioria composto por diminutivos, já que sempre tive um porte físico diminuto. Nada estressante. Nada como Guémerrau... alguém pode me explicar de onde pode ter vindo esse apelido?

Wednesday, February 07, 2007

Um dia, serei gente.
Eis que eu resolvi aparecer aqui de novo. Na verdade, eu nunca abandonei isso aqui, só estou impossibilitado de fazer uso deste espaço por enquanto. Como o próprio subtítulo do blog diz, eu ainda sou um pré-doutorando. A principal tarefa de um pré-doutorando é criar um projeto para ser executado em quatro anos, que seja aceito por uma banca e que atraia algum tipo de recurso financeiro. Ôquei, ser pré-doutorando significa ser porra nenhuma, pois não há certificado algum para essa categoria. Pois bem, este é o momento que o porra-nenhuma aqui traça objetivos para os próximos quatro anos, levando-se em consideração que os quatro próximos anos poderão ser em Liverpool e que é preciso ser muito bom para justificar gastos em libras, bolsa integral e muita grana para realizar pesquisas científicas. Portanto, com base nos fatos relatados, meu projeto de doutorado está mais para um projeto de vida. Paciência amigos.