Thursday, June 21, 2007

Forró dos cão
Morar meia semana em Caruaru até que não é ruim. A cidade é organizada, clima bom e bang-bang semelhante ao Recife. Porém, essa época de São João transforma a cidade. Primeiro que o conceito da festa de São João estã completamente errado e segundo, se é uma festa sacra, qual a explicação para se tocar "forrós" com as temáticas: bunda, xereca, cachaça, puta, cabaré, corno e etc? Onde foi parar o triângulo, a zabumba e a sanfona? E a fogueira? E os "peidos de véia"? Fiquei na tentativa de conseguir uma mesa no pátio de forró de Caruaru, porém desisti ao saber que me custaria R$100,00 para reservar uma mesa de metal, no estilo mais safado possível. É impossível achar uma barraca que venda comida de milho, só caldinhos e cachaças. Aliás, só se vende Rum Merino lá em Caruaru. Ainda bem que não bebo. Rum. Luiz Gonzaga e Marinês devem estar olhando pra baixo e adorando a programação do maior São João do mundo: Collo de Menina, Aviões do Forró, Gatinha Manhosa, Calcinha Preta, Felipão e Forró Moral, Mastruz com Leite, Brasas do Forró, Gatões do Forró, Cavaleiros do Forró, Calango Aceso e por ai vai. Por onde anda Genival Lacerda, Dominguinhos e Três do Forró? Coitadas das gerações mais novas, que não irão acordar no dia 24 de Junho com os olhos ardendo, tossindo feito cachorro por causa da fumaça da fogueira e com os dedos da mão queimados dos fogos mal-assombrados que compraram mais baratos. Bons tempos não voltam mais.